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Construindo enredos

Atualizado: 4 de mar. de 2021

Um ato é uma série de sequências de cenas que culminam em um ponto climático, causando uma grande reviravolta na história, mais poderosa em seu impacto do que em qualquer cena ou sequência anterior”, Robert McKee

Como já falamos aqui no blog, escrever um livro não é tão simples quanto muitos podem pensar, e construir um bom enredo é primordial para evitar bloqueios criativos e garantir que o desenvolvimento da história não se perca e faça sentido do começo ao fim.


Cada escritor tem sua maneira própria de planejar o desenrolar da história, alguns vislumbram uma história em sonhos e transcrevem, como Jorge Luis Borges, outros como Edgar Allan Poe, acreditam que começar pelo final, saber como a história terminará é indispensável, e também há aqueles que exageram no planejamento, anotando cada detalhe de cada coisa, e aqueles que preferem ser econômicos.


Mas o fato é: em qualquer uma das formas que um autor tem de escrever, a construção do enredo é parte essencial da história.


Seja ele linear ou não, - quem lembra das aulas de português da escola? - o enredo é um elemento fundamental para a narrativa, é o conjunto de fatos que acontecem, ligados entre si, que contam as ações dos personagens, divididos em algumas partes.


Mas como fazer um bom enredo?


Utilize a estrutura de 3 atos:

A origem do conceito da estrutura de três atos, é uma sequência estratégica descoberta pelo filósofo grego Aristóteles, há mais de 2000 anos. No paradigma da estrutura, Aristóteles divide uma obra em prólogo, episódio e êxodo, ou seja, início, meio e fim. Ao longo do tempo e com o estudo de outros teóricos, a estrutura de três atos atualmente se divide em: apresentação, desenvolvimento e resolução.


Como os atos funcionam:

1º Ato: Início - Apresentação

Somos apresentados ao mundo da história, ao personagem e, principalmente, ao seu conflito. Geralmente, ocupa o primeiro quarto do romance e é usado para apresentar as personagens, a situação em que vivem e termina com o primeiro grande desastre. A personagem de início pode não ter nenhum objetivo claro ou importante e estar apenas vivendo sua vida. O desastre do ato final é o que conduzirá o personagem à grande aventura.

(Falaremos mais sobre a construção de personagem em outro post.)


● 2ª Ato: Meio - Confrontação

Ocupando geralmente metade do livro, é quando acontecem mais dois desastres, que ficam cada vez maiores. O segundo desastre costuma localizar-se no meio do livro e o terceiro, e maior de todos, encerra o ato 2. Essa é a parte da história que deve conduzir as personagens à resolução, porém mantendo sempre o leitor interessado.


● 3º Ato: Fim - Resolução

O último quarto do livro é onde acontece o clímax, ou resolução. É onde você responde a grande questão da sua história: se suas personagens serão ou não bem-sucedidos. É importante notar que você pode usar três tipos de finais: Final Feliz - quando as personagens são bem-sucedidos em seu objetivo. Final Infeliz - as personagens falham no objetivo. Final Agridoce - as personagens são bem-sucedidas, mas algo ruim acontece, ou elas não têm sucesso, mas algo de bom acontece.


O importante é ter em mente que você precisa responder a grande questão do romance, aquela pela qual os leitores anseiam durante quase todo o livro e isso precisa ser coerente com os valores das personagens e com as regras do mundo.


Essa não é a única opção para estruturar a sua história, é só uma muito popular e que, se bem usada, funciona em agradar os leitores e foi exposto aqui de forma resumida. Cada um dos atos e seus pontos serão discutidos mais para frente, não deixe de acompanhar.

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