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Entrevista: Alexandre Sant’Anna


Foto disponibilizada pelo autor

Literatura, todos sabem, não é bom negócio. Quem a pratica, o faz por paixão. Alexandre Sant’Anna, historiador e bancário há quase 10 anos, levou tempo para entrar nesse mundo, mas uma vez dentro dele, não há saída. Alexandre é autor do conto Única Fuga Possível, publicado na coletânea Contos de Além-Mundo, do We Coletivo Editorial.


Alexandre se apaixonou pela literatura há 14 anos, antes, ele conta, no máximo “possuía um bom gosto para filmes”. As coisas mudaram para ele em 2002, quando se mudou para Paranaguá, no Paraná, e entrou na faculdade de história. “Antes de me mudar eu era um operário de fábrica e um quase total alienado. Sempre fui um bom contador de histórias, porém não escrevia nada”, contou ele.


Quando entrou na faculdade, logo no primeiro semestre, lançou um mini jornal com um colega de classe, onde, com textos reduzidos, falavam sobre música, cinema e cotidiano em geral. Como crescimento do projeto, Alexandre decidiu escrever sempre que pudesse, foi quando começou a se arriscar na ficção.


Em 2006 participou da sua primeira coletânea de Ficção Científica, mas não participou de nenhum outro após a graduação. “Quando me formei acabei virando um historiador compulsivo e fazendo textos sobre a história da cidade. Só em 2014 que participei novamente em um concurso regional. E depois continuei com minhas pesquisas, textos sobre a cidade e algumas palestras, mas nunca deixei de imaginar histórias de ficção. Este ano eu comecei a procurar concursos de contos e decidi escrever e enviar meus trabalhos”, falou ele, que encontrou o We por meio de um site de seleções literárias. Alexandre também já lançou um livro sobre a primeira poetisa do Paraná, em 2017, por uma editora artesanal, além de artigos sobre história pelo jornal do Centro de Letras de Paranaguá.


Única Fuga Possível

Única Fuga Possível, conto publicado pelo We, narra a história de uma garotinha que, sem memória e perdida em uma estação de trem de uma colônia lunar, precisa da ajuda de um robô e de uma idosa para reencontrar seus pais e retornar para casa. Sant’Anna diz que uma das suas dificuldade ao escrever esse conto foi decidir a idade da protagonista, “pois é uma sociedade sem o conceito de infância como nós conhecemos. Deste modo, primeiro pensei em torno de 15 ou 16 anos, mas, então, lembrei no início do Capitalismo, quando crianças de 5 a 7 anos já trabalhavam e decidi reduzir um pouco”, disse ele.


Sobre o seu processo de escrita, Alexandre afirma que fica um longo tempo planejando a história em sua cabeça antes de começar a escrever: “Primeiro penso muito sobre a história, montando tudo mentalmente, imaginando a questão da luz e da sombra, dos sons, das cores, dos cheiros, dos cenários. Após pensar bastante, eu sento para escrever. Tento escrever tudo de uma vez só. Fico no mínimo dois dias sem voltar ao conto. Só depois eu começo a lapidar a escrita, tratar os diálogos, procurar os furos, etc. Esta parte é a mais demorada”.


Sobre contos, ele diz amar a liberdade de imaginação para fazer críticas. “O conto permite tratar de assuntos diversos, mas de uma forma mais agradável ao leitor, mesmo que seja uma história deprimente. Em Única Fuga Possível, eu trabalhei bem nas críticas das entrelinhas, pois, apesar de ser uma ficção científica que acontece nos confins do universo, na verdade, estou falando de nós como sociedade.”, relatou ele.


O conto Única Fuga Possível, de Alexandre Sant’Anna está na coletânea Contos do Além-Mundo, que reúne contos de 15 novos autores brasileiros e já está em disponível no site do We (clique aqui para comprar) e na Amazon (clique aqui para comprar) .


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